O policiamento comunitário é um valioso instrumento para conquistar uma segurança pública mais eficiente. Ele se baseia na ideia central de que a população deve desempenhar um papel mais ativo e coordenado na busca da segurança, a fim de identificar as causas das tensões e conflitos sociais. Em outras palavras, entre a polícia e os colaboradores da ordem, deve haver uma sinergia na promoção da segurança e da ordem.
Integração Polícia & Comunidade
Nesse contexto de transformações, é fundamental estabelecer parcerias entre as forças policiais e a comunidade, especialmente com as lideranças locais interessadas na implementação do policiamento comunitário. Essa cooperação não apenas fortalece a confiança da população, mas também integra a comunidade com o trabalho policial de maneira mais eficiente.
Esse envolvimento implica em uma complementaridade nas denúncias de atividades ilícitas, recomendando o tipo de policiamento mais adequado para cada bairro. A percepção da população sobre a área e as relações sociais locais desempenha um papel crucial nesse processo, reforçando a relação de reciprocidade que redefine o papel da polícia.
No entanto, nas metas atuais, a comunidade desempenha um papel mais ativo do que os próprios policiais, uma vez que as ações de segurança são direcionadas com base nas demandas e sugestões da comunidade.
Polícia e novas demandas sociais
É importante destacar que as novas demandas sociais e as reivindicações públicas colocam os policiais em situações complexas e desafiadoras. A polícia, especialmente aquela que atua em áreas urbanas periféricas, é cada vez mais chamada para lidar com questões não relacionadas a crimes, como conflitos interpessoais, distúrbios locais, uso de álcool, entre outros. Essas situações exigem dos policiais um maior conhecimento dos recursos e comportamentos sociais, bem como uma maior sensibilidade na mediação de conflitos. Como diz Bayley (2002),
[…] o dilema para a polícia nas sociedades urbanas industrializadas é que ela tem que desempenhar um papel preponderante de prestação de serviços exatamente ao mesmo tempo em que a necessidade da aplicação da lei parece estar aumentando (BAYLEY, 2002, p. 169).
John Benyon, no prefácio do livro de Jean-Claude Monet (2001), escreve que a “participação dos cidadãos na polícia é, para esta, um fator de eficácia e de legitimidade. De um modo geral, ela é um valor chave da cultura democrática”.
Conclusão
Neste complexo mecanismo, ademais, a promoção de uma imagem positiva deve ser legitimada por práticas equivalentes. Portanto, identifica-se, atualmente, na construção dessa imagem, a percepção de alguns setores dos órgãos de segurança quanto à necessidade e importância de conquistar legitimidade social.
Referências:
MONET, J.-C. Polícias e sociedades na Europa. Tradução Mary Amazonas Leite de Barros. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001. Disponível em: Acesso em: mai. 2018.
BAYLEY, David H. Padrões de Policiamento: uma análise comparativa internacional; tradução de René Alexandre Belmonte. 2ª ed., São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.
Graduado em Segurança Pública, Pós-graduado em Direito Constitucional, Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal e aluno de graduação em Teologia.